Monitoramento de vulneráveis em tempos de coronavírus

Durante o distanciamento social que o mundo atravessa por causa da COVID19, é possível observar que existem muitas pessoas que precisam de um monitoramento constante em relação à saúde mental. Esse trabalho de entrar em contato e perceber se o familiar ou amigo está se cuidando e lidando bem com o confinamento tem um grande valor neste momento da pandemia.

Durante o trabalho de desinfecção de locais públicos e residenciais na Espanha, foram encontrados idosos mortos em suas casas ou em lares de idosos. Em razão disso, houve uma preocupação maior em monitorar pessoas que vivem sozinhas, principalmente idosos e portadores de doenças crônicas. São pessoas que não tem a quem recorrer ou podem apresentar muita dificuldade de buscar socorro diante de uma emergência.

Infelizmente, essas pessoas deveriam ser as primeiras a ser socorridas, mas não é isso que tem acontecido. A demanda por assistência médica é alta e não chega nesses lugares. Por isso, há um grande valor em manter um contato mínimo e estabelecer algum tipo de acompanhamento a alguém que se encontra vulnerável neste momento. O auxílio com questões tecnológicas, como realizar operações bancárias ou pedir comida pelo celular, também configuram esse tipo de atenção especial.

O ingresso repentino no mundo virtual para a geração de idosos é algo que pode demandar muita paciência de filhos e netos, mas essa é uma maneira de manter pais e avós em casa. Pela câmera, também é possível monitorar a saúde mental dos idosos e, com isso, procurar ajuda profissional em caso de sofrimento significativo. Esses pequenos gestos representam um grande cuidado e podem salvar vidas num contexto de forte estresse.

Por fim, é fundamental entender que os cuidados dedicados aos idosos e outros vulneráveis não se resumem a cuidados médicos. Apesar de esse tipo de atenção depender de profissionais de saúde, a sociedade pode se mobilizar, organizar e implementar um monitoramento das condições emocionais desse grupo.